E sobre o amor de avó.
Querido Mundo, quero lhe dizer que você me parece às vezes sem coração, expõe minha menina a todas e possíveis dores sem dó, e não deixa que eu seja a avó que eu gostaria de ser.
A avó que acalenta, põe no colo e protege. Que só traz e deixa lembranças boas, que vão doer só no dia da saudade.
A avó que está sempre perto e que não deixa que nada e ninguém a machuque. Que seus efeitos , Mundo Grande, não a abalem. Que nossas brincadeiras sejam sempre divertidas, sem que as verdades reais e os machucados sejam descobertos no lúdico de nossas fantasias, onde aparecem sonhos, inquietudes e descobertas.
Quero ser só distração, lazer e alegria, mas de repente assisto na expressão plena das ações da pequena, suas súplicas aflorarem em perguntas e respostas, que me partem ao meio. Eu só queria ser avó. No meio da brincadeira suas dores e questões se desenham tão claramente. Mundo, me ajuda então a responder com sabedoria, com assertividade.
Crescer sem dor , não poderia ser assim, Mundo?
Mas não, você vem e põe o dedo na ferida, então me deixe ajudar , já que proteger não basta. Me deixe ter o que ela precisa na hora que me quiser por perto. Me traz as respostas e os conselhos mais exatos. Quero pelo menos prepará-la para enfrentar você, Mundo. Seja leve com a minha pequena.
Mundo, me deixe ser avó.
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