aquele que lê?
que precisa de um lugar adequado para cair na leitura?
que reserva dias especiais para ler? ou lê em pé na fila do banco ou do ônibus?

Recebi essa pergunta em um dos grupos ou perfis do instagram que sigo…

Eu sou o leitor que lê, como você se sente diante de um livro a ser desbravado? Curioso? Ansioso?
Para mim depende muito de como estou, a curiosidade me provoca, quando sigo indicação. O que leva alguém a indicar uma leitura que fará parte da vida de outro, por alguns dias, e às vezes para sempre? O gostar, sem dúvida, o bem estar, ainda que muitas vezes com o dedo na ferida,sempre traz a serenidade do entendimento posterior. É assim que faço minhas indicações. Para uma indicação, leio vários livros, assisto à muitas séries e filmes e nem sempre acho que agregaria alguma coisa para merecer indicação. Mas tenho que seguir meu instinto, minha intuição.

A leitura que encanta, que a gente se espreme entre as linhas lidas, querendo um cantinho da história, um cantinho pequeno em silêncio , sem ser percebido , é a que pode ser aconselhada.
O iniciar, a curiosidade, e já no no terceiro capítulo a ânsia de virar mais uma e uma página, aquele cantinho já conquistado, a cadeira cativa de pelo menos os 10 dias que virão nessa companhia. E no final de cada tempo do dia reservado para leitura, deixar a página marcada, com vontade de continuar, às vezes impossibilitada pelo sono, ou pelo compromisso que tem hora, é sofrido.

Chegando ao final da história, a leitura pede mais lentidão porque a saudade vai chegando e o final se aproximando, os dias do grande companheiro estão se esgotando, o lugarzinho conquistado demora a ser desocupado. Mesmo depois do grande final, a revisita acontece, o luto de acabar o livro demora, até que outro interesse , outra história chegue para ser lida. O tempo , esse espaço, é importante para digerir o que foi contado, o que foi sentido, e o que pode ter sido refletido.

Estou pronta para outro mergulho? Outra leitura? Outra história? Só depois do luto vivenciado.